Um lenço na cabeça dela, estampado. Lembro apenas de duas cores da estampa: o azul e o verde. E, usava óculos novos, frágeis como ela aparenta ser. E ele, meu vô querido e lindo (como disse Dani), saindo do entorpecimento do seu quarto escuro, onde é sempre noite. Com o vestir de sempre: uma calça social gasta pelo tempo e uma blusa de linho também gasta. Ele que já não tem o que fazer da vida ou com a vida, se abriga na escuridão, no sono, na solidão. São dois companheiros da solidão, companheiros um do outro, são a solidão aconchegante do outro.
São velhos. E lindos.
São o som do silêncio, da traquilidade.
São o tempo em formas concretas.
São arte, são arte.
Mais que isso, acho que são mesmo Amor.
E... são parte de mim ...sou deles
30.4.10
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