23.8.14

Quando sinto-me muito viva tenho aproximações com a morte
Eu queria ser eu
- E tu já não és, menina?
Eu queria ser eu
- E tu já não és, mulher?!
- Tu não ainda és menina?
- Tu também já não és mulher?!

19.8.14

Para quando eu morrer

Dos desejos que se tem em vida para a própria morte:

Quero que me toquem fogo!
Quero queimar, arder
Quero um instante rápido de transformação:
Do peso ao pó
Quero, depois de morta,
Não ocupar nenhuma terra, terreno algum
Nem estar presa dentro de uma caixa sufocante
Nem servir de alimento aos vermes
Desesperadamente anseio que me lancem nos ares
E eu possa voar
Me ajuntar ao chão de terra ou ao chão de água
Me dispersar multiplicando-me em partes
Já estive guardada muito tempo durante a vida
E meu trajeto tem sido um constante lançar-se
Pois que minha morte seja o auge do lançamento
Nessa dor da transformação imediata
Quero, na morte, mais um pouco da efemeridade da vida
Acendo-me em chama. Apago-me. Disperso-me.

Tuas Imensidões

Tens cor de infinito
Infinito-azul
Infinito-azul-translúcido
Tens cor

Tens cor de horizonte criado no encontro de mar e céu
Tens cor
Cor de abrandar tempestades no enlevo
do teu enlace

Tens cor de menino a correr pés descalços
Farto em risos e sapequices
Tens cor
Cor de menino azul, infinito rio

7.8.14

Que saibamos não trocar nosso amor por luxúria
Que saibamos que nem sempre as aproximações unem mais que os distanciamentos
E, se for caso de distâncias
Que sejamos íntegros

Poesia Bonita

Porque eu te amo nas tuas datas entranhadas:
Teu dia de chegada a esse mundo.
Tu vieste chorando, a fim de trazer sorrisos
E tu os nutre 
Virtuoso Generoso Frondoso

Eu te cruzei antes, em tuas datas
Antes mesmo de te cruzar em olhares
Eu te cruzei antes, em meu passado
Em alguns vinte e noves de janeiro

E assim... cruzada passado-presentemente-presenteada
Perderei os medos e os modos de não te ter
Afinal, já nos percebemos
Nascemos, foi um prazer!