13.6.14

A gente se desacostuma a deixar a água secar a seu tempo, depois do banho.
Toda tecnologia é um tanto grosseira e letal.
Nos condiciona a desaprendermos as outras possibilidades.
Agradeço aos céus ter um chuveiro descoberto, sem teto
Onde banho-me de água, vento, céu e sol.
É quase uma cachoeira, cascata com água que gela, purifica e faz tremer

Tato

Passeio as mãos entre as diversas texturas
Reavivo este sentido, esquecido
Minhas mãos dançam aquilo que eu toco
Minhas mãos dançam junto àquilo que eu toco
E até a parede que aparenta fria, sente
E dança

É sempre um sonho tocar sendo tocada.

8.6.14

Nada além me dói
Nada assim, que dure muito tempo
Nada assim pra que meu ego se demore em ser doído 
Nada assim de pôr tanta grandeza nas miudezas 
Nada me dói para o além
Nem mesmo a dor da existência me tem ferido e demorado
Ela me fere, sangra e logo pára.

Tudo além me tem crescido
Tudo além me tem nascido em riso
Tudo além me tem deixado a-quém
A quem também se queira
Não dez esperar demais

Tudo além, nada aquém, por aqui:
As portas abertas de mim.