16.9.10


Eu quero uma vida implosiva, em que minha fé - e não a alheia fé - me baste. Eu quero uma vida implosiva pra que minhas explosões façam grandes ruínas e ruídos por dentro e nenhum por fora. Uma vida implosiva para que eu possa colher minha maior verdade.

14.9.10

Uma das poucas certezas que tenho é que amo cheiro de cimento molhado. E também de barro molhado. Aqui em casa, o cimento das paredes está encoberto pela massa há muito corrida e pelas várias camadas de tinta. Na casa de minha vó no entanto há paredes todinhas em cimento. Às vezes chego lá, bebo àgua no meu copo de alumínio, encho mais um pouco o copo e tchum! jogo a água sobre uma das paredes e absorvo, só sorvo todo aquele cheiro. Sinto a insuficiência dos meus pulmões, queria inalar tudo de uma só vez.
Aqui em casa tem uma planta que é o malvão. Sempre que a rego, inundo-me com o cheiro do barro mesclado ao cheiro de malvão.
Meus pulmões sempre insuficientes.

9.9.10


Era a pose pra uma foto. No íntimo, era desculpa pra estar junto. "Porque se chamava moço, também se chamava estrada, viagem de ventania..."

Coração

Eu não deixo de me alimentar de ti. Não existe mais inveja em mim; inveja por não te possuir ou por te alimentares de outros que não eu. Acabei gostando de te ter comigo ao invés de te aniquilar. Desejo e realidade se mesclam e já não sei distinguir e vivo bem assim, tomando meus sonhos por reais, transfigurando minha realidade, inserindo-te pra haja revelações; e pra que estas sejam revelações SELVAGENS.