15.6.11

Como se ainda houvesse música nossa, pediria que te recordasses e dançasse como se eu fosse teu par, como se ainda houvesse resquícios de gemidos meus nas tuas lembranças, ou de mordidas ou dos meus olhos. Pediria, se pudesse, que mantivesse todas as lembranças e não me aniquilasse, que eu permanecesse sempre e sempre. Mas como não há mais nada além das minhas dores que só podem ser choradas e sentidas num quarto preto ou numa folha branca solitária, que eu me liberte, me desprenda. E que você também possa voar bem pra longe de mim, onde meus olhos não te grudem nem te façam pedidos difíceis a nós dois, um lugar bem longe, onde nem meus pensamentos possam ir te buscar. Atravesse o portal que te libertará de mim e vá para onde não poderei e vá e vá e vá, o mais breve possível, por favor!!!!