23.11.13

Abro as pernas, tenho-te entre elas
Tua boca em mim passeia, insaciada,
insaciável
Abro as pernas, mas tu não me chupas
Tu lambuza a todas aquelas que eu não sou
E que tu não tens, ainda, de pernas abertas
Mas que, ardentemente, desejas
Abro as pernas desejando
Multiplicar-me em outras
Para que teu desejo de mim sacie
Por ter as outras
Em meio de mim
Abro as pernas e sou
Aquela que durante dois anos você chupou
a que há três meses te negou
a que há um mês, te doou.
Sou todas elas,
tenho todos os sabores no meio das pernas
Sou aquelas, sou elas, não me sou. Ou sou?
Mas que bobagem tudo isso
Querer ser todas pra que tu te reduzas a mim, em mim
No entanto, eu sei,
meu gosto é somente um,
tua boca, de especialidades gastronômicas

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