27.11.13
O quanto muda, se eu disser que eu quero? Eu quero casar com você, eu quero cozinhar com você, quero nossa companhia dos dias de bem. Eu percebo agora que é disso que eu tenho medo, tenho medo de apostar em nós e perder. Tenho esses medos bobinhos de morrer de fome, já ouvi muitas conversas de que "ninguém vive de amor". Mas eu nunca me adequei a esses julgares da maioria, eu tenho ido apostando nas coisas em que acredito, eu tenho tido coragens. Eu sei que se tudo for e se nós morarmos precisaremos de muita força e coragem pra nos manter e sem comodismos, pra nos manter e sem conveniências. Se eu disser que eu quero, ao menos uma coisa muda, eu. Não é de casa que eu to falando, é de crença. Me devoto a uma vida que, às vezes encontro contigo, uma vida mais miúda, mais de silêncio, mais de cumplicidade, uma vida de menos medos e até, quem sabe, de menos cobranças.
Pra você, Flor
Pra você, Flor
23.11.13
Abro as pernas, tenho-te entre elas
Tua boca em mim passeia, insaciada,
Multiplicar-me em outras
Para que teu desejo de mim sacie
Por ter as outras
Em meio de mim
Abro as pernas e sou
Aquela que durante dois anos você chupou
a que há três meses te negou
a que há um mês, te doou.
Sou todas elas,
tenho todos os sabores no meio das pernas
Sou aquelas, sou elas, não me sou. Ou sou?
Mas que bobagem tudo isso
Querer ser todas pra que tu te reduzas a mim, em mim
No entanto, eu sei,
No entanto, eu sei,
meu gosto é somente um,
tua boca, de especialidades gastronômicas
4.11.13
Buscando descanços (Lembranças de uma Lavoura Arcaica)
Há dias em que quero me plantar embaixo de um pé de árvore, num solo úmido, pras quenturas do corpo (ou serão da alma?) se esvaírem. Uma terra úmida, acolhendo-me, esfriando-me com todos os seus sons silenciais. A natureza pede tempo-demora-ternidade. E a gente vive nesse passo-morto-veloz.
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