8.2.14

Descosturas

Vou cortando os fios traçados à agulha
Desfazendo as costuras
Apagando a memória do tecido perfurado.
Corto o lugar do nó
Puxo o fio
Que abre espaço para o vazio no tecido
São furinhos de nada aquilo que fica
Mas distorcem o tecido
E deixam-no com aberturas de respirar
E de entrever o lado em que não se está.
Cada furo é abertura pra saudade e pro futuro.

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