Ser pequenininha pequenininha, pra saber admirar todas as coisas gigantes e também as miudezas.
Pequenininha para quase não ter peso.
Pequenininha pra caber em qualquer canto.
Pequenininha para não fazer sombra grande, quando as luzes estiverem perto.
E pequenininha para querer crescer também.
E pequenininha para que poucos me vejam, mas que os que me vejam queiram me cuidar.
29.10.10
22.10.10
E vamos a luta
Competições autênticas são aquelas que se fazem sob disfarce. Modulam-se com a máscara da tranquilidade, da simpatia. E ninguém diz. Ninguém diz que por dentro espera-se apenas o bote, o momento do bote, pra matar envenenando.
O momento do bote é uma catarse: Você vê no outro sofrimento e se purifica - num brevíssimo instante. E, num instante ainda mais breve, o efeito da catarse acaba, o veneno é expelido em tuas correntes sanquíneas novamente e você procura outro alvo ou, talvez, o mesmo ressuscitado.
E eis que descubro a origem do sadismo. Envenenamos o outro, para tirar um pouco do nosso veneno, que é tanto que não suportamos.
Somos seres rasteiros!
O momento do bote é uma catarse: Você vê no outro sofrimento e se purifica - num brevíssimo instante. E, num instante ainda mais breve, o efeito da catarse acaba, o veneno é expelido em tuas correntes sanquíneas novamente e você procura outro alvo ou, talvez, o mesmo ressuscitado.
E eis que descubro a origem do sadismo. Envenenamos o outro, para tirar um pouco do nosso veneno, que é tanto que não suportamos.
Somos seres rasteiros!
21.10.10
Vamos ser, apenas?
Deixar correr no sangue as gotas de tudo, de cada sentimento: sangue arco-iris. Deixar de odiar a ira (e deixá-la explodir), de prender o choro e de segurar o riso. Deixar isso tudo - e mais - vir à flor da pele e sem programação.
Minha obrigação é a de não ser.
E de ser, apenas, quando eu quiser!
Minha obrigação é a de não ser.
E de ser, apenas, quando eu quiser!
17.10.10
Senhor Solidão
O mundo tem um senhor, seu nome é Tempo. Senhor Tempo vê tudo passar e vê a si próprio resistindo - é o único que resiste a tudo e a todos. O Tempo é o único que permanece. Tempo, Senhor Solitário, qual a felicidade que tens por se manter implacável?
Desejamos ser como tu, Tempo: implacáveis. Mas nem desconfiamos que tua solidez é também também tua solidão.
Senhor Tempo, estás condenado a ser Senhor, estás condenado, por ser quem és, a ser quem és, apenas.
Desejamos ser como tu, Tempo: implacáveis. Mas nem desconfiamos que tua solidez é também também tua solidão.
Senhor Tempo, estás condenado a ser Senhor, estás condenado, por ser quem és, a ser quem és, apenas.
14.10.10
O amor e o medo
Quem não nos deixou viver foi o medo. O medo de ser por um tempo e depois deixar de ser, o medo de ter que ser, a obrigação. Tivemos medo foi da felicidade. A felicidade é cruel e é temível. Ninguém suportará seu prolongamento vivendo com o sussurro do seu fim. A felicidade é pra ela mesma. A nós, restam os cacos. A felicidade corrói tudo, espatifa tudo.
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