Vai, segue, corre. Corre pro teu mar e te lança. Deságua nele, eu reprimo a vontade de te represar.
Vai, segue, corre, foge. Foge de mim, foge da forma que quero de dar; foge de toda essa mesquinhez e busca te ampliar e te ajuntar a outras águas.
Vai que nesta terra de represa tu morrerias e a sede de ninguém saciarias, que é terra também infértil. Vai alimentar seres molhados e te mistura a eles porque a terra seca apenas te suga, te suga, te acaba aos pouquinhos.
Vai que tu és rio que corre e rio que corre não se volta à fonte nem se deixa represar.
Rio que corre só almeja: Mar.
Vai, segue, corre, deságua, te lança, abraça, encontra e ama teu mar.
Vai pro teu azul infinito:
sê verde também.