Rasgando sangue, soprando sangue. Gotejando, o sangue. Sugando o sangue, o chão. Suando sangue. Riso de sangue, olho cheio de sangue, corpo-sangue.
Melada de seu interior ela segue marchando, manchando, melando o exterior que não é seu. A sangue.
25.7.10
O tempo não se faz presente ao se encontrarem. Há um contexto único todas as vezes que se encontram. O ambiente se revela com a energiam que emanam, o tempo se dissipa: presente, passado, futuro tudo se mistura, formando um só tempo: tempo da colheita do amor. Tudo se mistura formando um só tempo: da colheita do amor. Tudo se mistura formando um só tempo: amor.
Amor é um tempo que agrega indistintamente o passado, o agora, o futuro e o sonho.
Amor é um tempo que agrega indistintamente o passado, o agora, o futuro e o sonho.
15.7.10
Queria dizer que nem triste nem feliz, plena, realizada. Não tenho inveja a oferecer-lhe, a menos que deseje minha indiferença.
Nada de grande também para fazer-lhe pensar em mim, sentir saudades, nada disso. Pode morrer minha lembrança - que sempre soube passageira, ainda que querendo me fazer essencial.
Isso é tudo que tenho para competir com você. Toda minha insignificância competindo com o teu vigor e a tua posterioridade.
Nada de grande também para fazer-lhe pensar em mim, sentir saudades, nada disso. Pode morrer minha lembrança - que sempre soube passageira, ainda que querendo me fazer essencial.
Isso é tudo que tenho para competir com você. Toda minha insignificância competindo com o teu vigor e a tua posterioridade.
11.7.10
Elas, o amor, o terceiro amante
Um amor cândido o delas duas. Amor que dispensaria quaisquer intimidades - apesar da sua profundeza - além de toques sutis e carinhos também sutis. Amor que dispensaria palavras - o amor mais silencioso e mais anunciador: o delas duas. O amor entre as amoras, entre os amores de um terceiro amante. O amor pelo terceiro amante (o primeiro, na verdade) as fizera chegar ali - o mais próximo possível dele. O mais próximo dele é quando estão juntas e não se tocam violentamente, sensualmente. Tocam-se candidamente por amor a ele - o único capaz de tocar cada uma delas de uma outra forma. Por não o terem, tocam-se elas candidamente, consolam-se mutuamente. Por amor a ele, silenciam com um beijo cândido. E toques sutis. E toques sublimes!
Por amor a ele, juntas, Sublimam
como se tivessem
ele.
Por amor a ele, juntas, Sublimam
como se tivessem
ele.
9.7.10
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