19.3.09

desConceitos

Gostaria de me ser sabendo, sabendo o que sou. E dizer que há um ser intacto, duradouro e meio previsível, com características marcantes e sabendo se explicar por se conhecer. Mas tudo que construo a respeito de mim mesmo é antes uma desconstrução. E tudo que sei é o que não sei de fato. E tudo se é não sendo, mas existindo apenas. Essa vida perecível, rasa e profunda é vida de tédio de não ser solidez e de encontrar solidão dentro de si. É que meus eus não interagem, não coexistem: cada um tem seu tempo pra se lançar em mim e ao mundo.
Sigo insistindo em saber o que sou, sigo desconstruindo, sigo almejando ser 'eulivre' de qualquer coisa fora de meu 'mim'. Sigo muda e buscando palavras. Estas, porém, me geram mais silêncio.