23.2.09
É sobre a corrupção que quero falar hoje. Corrupção da infância, ou da inocência da infância. Porque meninas hoje já nascem maquiadas e meio que envelhecidas também, adulteradas. Crianças, não mais crianças, Meninas não mais meninas. E todos meus valores, na tentativa de conservá-los, são denominados arcaicos. Só por querer ver uma pureza hoje quase inexistente. Talvez, na verdade, eu me reprima violentamente contra os meus instintos, ou a esse desejo carregado de força de me tornar mulher madura e segura, como essas crianças. De fato, a criança sou eu. Não, não estou querendo dizer que sou pura, inocente, mas, pelo menos, conservo em mim a admiração por tais qualidades. Mas, de que adianta mesmo julgá-las? Na verdade, crianças-adultas são muito mais crianças do que se imagina. E, quiçá, minha forma de olhá-las não vá além de uma visão distorcidada gerada pelas insubordinações a mim mesma.
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